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Mudança ou Morte

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A mudança que nós queremos, acontece na medida da dedicação para que ela ocorra. Pobre dedicação, pobre mudança. Grande dedicação, grande mudança.


Um garoto de uns 7 anos que só come pão com manteiga. O menino é bonito, mas é fraco. Fica doente toda hora, vai mal na escola e não coloca outra coisa na boca a não ser o pão com manteiga. Nas refeições, quando os pais oferecem a comida que está na mesa, o menino começa a dizer que está com dor de barriga. Depois ele começa a berrar bem alto e não pára mais até a mãe dar a ele o tal pão com manteiga. A preocupação com a criança cresce, a hora das refeições se torna um verdadeiro inferno.

Chega então a super nanny na casa da família e faz o diagnóstico: o menino manipula descaradamente os pais, principalmente a mãe que sempre acaba cedendo por sentir pena do filho, por se sentir mal como mãe, por se sentir culpada.

Como então ela ataca esse problema que parece não ter solução?


Primeiro: faz com que a mãe perceba bem o que está
acontecendo: ela está de fato sendo manipulada, seu filho está sem saúde, e a família inteira está se desestruturando.


Segundo: orienta a mãe quanto ao comportamento que ela deve ter na
hora das refeições: não ceder. Oferecer a comida ao menino, a mesma comida que os outros estão comendo e pedir para que ele coma. Caso ele não queira comer, vai ficar o dia inteiro sem brincar no dia seguinte.


No início ele não come e começa seu berro. A mãe pede para ele se retirar da mesa, se for continuar o “choro”. Ele sai e não come. E não brinca o dia seguinte. A cena parece se repetir por dias. Os pais, principalmente a mãe, não se conforma em ver seu filho chorando tanto, passando fome. Mas apesar de culpada e agoniada, ela mantém sua palavra e sua atitude por dias, até que o menino percebe que os pais não estão brincando. Sua única saída é começar a experimentar comidas novas.


Ele começa então, lentamente, a comer outras coisas e gostar. 

Algum tempo depois, (talvez alguns meses) a super nanny volta a vê-los e o que encontra é um menino saudável que come muitas coisas inclusive legumes. Ele está maior e mais bonito e mostra a ela muitas medalhas que tem ganhado ao competir em esportes. Ela olha para ele e chora.


Ao terminar o programa, eu também chorei.Resolvi então escrever um pouco sobre o que estava na minha cabeça. Casos como esse não são raros; são frequentes quando a família busca ajuda e se dedica de verdade a realizar a mudança. Agora podemos pensar no que aconteceria se a família não buscasse ajuda. O problema ia aumentar: o menino poderia adoecer seriamente, a família poderia se desestruturar, os pais poderiam se separar, e daí uma cadeia de consequências negativas, uma puxando a outra. E isso é muito mais frequente.

Podemos ver claramente na nossa comunidade, mães, pais, filhos, todos esgotados, exaustos sem energia para continuar arrastando problemas que parecem insolúveis. Problemas de ordem emocional.

É uma pena porque há tanto o que se estudar, aprender e colocar em prática no dia a dia. O conhecimento está tão acessível hoje, porque perder tempo com bobagem?

Eu tenho dificuldades em controlar finanças, sempre tive, mas sinceramente, nunca me dediquei a mudar. Nunca comprei um livro que me ensinasse como pensar sobre o assunto. Fiz algumas ações pontuais as quais não dei continuidade. Não resolvi o meu problema. Mas vou resolver...

Então quero terminar este assunto, me colocando como mãe, mulher e profissional, dizendo que acredito muito na mudança.
Quando estamos empenhados para mudar algo, começamos realmente a buscar as informações que nos interessam e que vão nos levar para a superação da dificuldade em questão. A dedicação é imperativa, mas não exige um esforço desumano. A dedicação maior é colocar amor, respeito, leveza nas ações. É também a constância, o dia a dia, o “baby step” (passos de bebê), como diz a Jo Frost. Um de cada vez, pouco a pouco, a mudança acontece e quando você vê, você já mudou.

Mas o que nos faz ter o grau de empenho necessário para mudar de vez? Acho que infelizmente hoje, geralmente é o desespero, a crise, a sensação de mudança, ou a morte. Mas será que precisa ser assim?


►Graziela R. Bergamini

Psicóloga Clínica e Organizacional,
Facilitadora grupos de estudo 
Pathwork® - escreve no blog: viagensdeumapsicologaemcrise
autora do livro com o mesmo nome.

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